Marta chama prefeitura de autoritária por discutir apenas com empresariado a mudança do carnaval na Barra: “Tem que ter audiência e participação popular”, diz

A vereadora lembra que a festa é uma construção social e que qualquer projeto com alterações precisa passar pela Câmara e por audiências públicas

A vereadora Marta Rodrigues (PT) criticou, nesta terça-feira (14), a movimentação da prefeitura de Salvador com o intuito de mudar o circuito do carnaval da Barra para a Boca do Rio, em uma discussão unilateral com o empresariado sem levar em consideração participação da sociedade civil no debate.

A petista informou, ainda, a importância de audiências públicas para debater o tema com a todos os envolvidos, como os foliões, os setores da sociedade civil, movimentos sociais, moradores da Barra e da Boca do Rio, os trabalhadores e trabalhadoras, a exemplo dos cordeiros, catadores e catadoras de materiais recicláveis, artistas, produtores, montadores do carnaval, dentre outros.

“É preciso conclamar os moradores da Barra, da Boca do Rio e de adjacências, além daquele que chamamos de ‘fazedores da festa’. Afinal, uma decisão como esta não pode e nem deve ser unilateral. É preciso ampla participação popular, pois seria absurdo interferir na história e tradição da cidade sem falar com todos os envolvidos”, afirmou.

Para a vereadora, é preocupante que a festa, ao ser transferida para a Boca do Rio, se transforme em um evento meramente mercadológico. “Não queremos um carnaval que seja vendido como um produto com camarotes de um lado e de outro. Precisamos envolver todos neste debate. Não pode ser uma decisão de cima par abaixo”, disse.

Conforme Marta, o carnaval é uma construção social e, assim como os demais circuitos, o da Barra também tem uma representatividade para a população e para a capital baiana. “O carnaval na Barra tem uma simbologia que marca a cidade de Salvador pro mundo inteiro. Está na memória afetiva de todos nós. É desrespeitosa a movimentação em torno do assunto pela prefeitura e empresariado sem escuta popular inicial. Não podemos mudar o carnaval soteropolitano sem discuti-lo com o povo, que é quem o constrói econômica, social e simbolicamente”, acrescentou.