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RESOLUÇÕES DO 17º ENCONTRO ESTADUAL DO PT DA BAHIA

Data de publicação: 17/09/2025

● Soberania, Democracia e Lutas Populares: O Brasil e o PT no Cenário Global

O Partido dos Trabalhadores tem sido, desde a redemocratização, o principal instrumento de luta e organização da classe trabalhadora no Brasil. Ao longo das últimas quatro décadas e meia, teve um papel decisivo na conquista de direitos e no fortalecimento da cidadania para o povo brasileiro. Sua trajetória o consolida como um partido estratégico na construção de um Brasil justo, democrático, desenvolvido, soberano, ambientalmente sustentável, livre de opressões e com cidadania plena para todas as pessoas. Mais do que um partido voltado à disputa institucional, o PT é um pilar essencial na luta pelo socialismo, sendo a única experiência partidária de esquerda no Brasil que promoveu avanços tão significativos no bem-estar social.

Em 2025, atravessamos um período marcado pela metástase da crise estrutural do capital, iniciada em 2008/2009. A obsessão em manter as taxas de lucro e o padrão de acumulação mergulha o mundo numa devastadora crise civilizacional, com guerras, massacres, genocídios, exploração extrema dos trabalhadores e trabalhadoras, dos recursos naturais e da própria sobrevivência do planeta e da espécie humana. Vivemos um longo período de luta política e social contra a barbárie e o culto à morte, e o PT, sob a liderança do presidente Lula, desempenha um papel fundamental nesse enfrentamento.

No cenário internacional, observa-se uma disputa intensa e definitiva sobre a geopolítica e o ordenamento das relações nos planos econômico, financeiro, comercial, tecnológico, militar e diplomático. Essa disputa se dá entre o multilateralismo e o controle unipolar, acirrada pela presença da extrema direita nos EUA e pela tentativa de reedição da velha política imperialista, que busca manter o país como gendarme do mundo. Nesse contexto, ganham destaque e peso relevante os blocos econômicos regionais, especialmente formados por países emergentes, com capacidade de disputar mercados e com perfil tecnológico em progresso nos diversos continentes.

A tentativa dos Estados Unidos de retomar o domínio imperialista se manifesta em múltiplas frentes: guerra comercial por meio de tarifas, controle das trocas comerciais e das transações monetárias, e confrontação bélica. Sua expressão mais extrema se dá no genocídio do povo palestino e nas agressões a países vizinhos perpetradas pelo governo direitista de Israel, patrocinado pelos EUA, e no avanço da OTAN em busca do domínio militar no leste e norte da Europa, chegando às portas da Rússia e desencadeando a Guerra Rússia-Ucrânia.

No centro dessa estratégia está o interesse e os ataques ao Brasil, tanto pela sua relevância no BRICS quanto pela posição estratégica que ocupa na geopolítica da América Latina e do mundo. Nesse cenário, o PT e o governo Lula são ainda mais fundamentais. A diplomacia brasileira tem enfrentado com altivez tanto a guerra tarifária deflagrada pelos Estados Unidos quanto às ameaças políticas e diplomáticas, graças às relações consolidadas no BRICS, que diversificam parcerias comerciais e tecnológicas em áreas como energias renováveis, engenharia pesada, informação, transportes e parque industrial.

O Brasil exerce hoje um papel central no cenário internacional. A presidência do Banco de Desenvolvimento dos BRICS, articulada com
economias emergentes da Ásia, Oriente Médio, América e África, somada à força no G20, que já se sobrepõe ao G7 como principal fórum mundial do multilateralismo, reforça a projeção estratégica do país. O engajamento ativo do governo Lula na defesa da reformulação de fóruns multilaterais, como a OMC e o Conselho de Segurança da ONU, amplia ainda mais essa visibilidade e coloca o presidente Lula entre os principais estadistas do mundo multipolar.

Na América Latina, a presença de governos progressistas ou independentes da tutela dos Estados Unidos, como Brasil, Uruguai, Chile, Bolívia, Colômbia, Venezuela, México, Cuba, Honduras, Costa Rica e Panamá, cria enormes dificuldades à tentativa de domínio absoluto
norte-americano, que busca impor controle político, militar, tecnológico e diplomático sobre a região.

Além disso, a América do Sul, em especial o Brasil, possui vastas reservas minerais, incluindo minerais críticos, terras raras e petróleo na
Margem Equatorial. Por essa razão, os Estados Unidos reativaram a 4ª Frota, após 61 anos de inatividade, e enviaram recentemente uma força naval para a costa da Venezuela em uma ameaça militar sem precedentes neste século em nosso continente.

Esse conjunto de fatores explica o pano de fundo dos ataques de Donald Trump à soberania brasileira e da articulação da extrema direita interna, especialmente a família Bolsonaro, que se dispõe a entregar o país aos interesses norte-americanos. O Brasil já enfrentou uma tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Após o fracasso dessa ação criminosa e diante do avanço dos julgamentos contra os responsáveis, que chegaram a tramar o assassinato do presidente da República, do vice e de ministros do STF, vemos agora, em 2025, os mesmos golpistas, aliados ao imperialismo dos Estados Unidos, articular um novo ataque à soberania nacional para impedir que sejam punidos e responsabilizados.

A tentativa fracassada de golpe de 2023 havia sido precedida de uma eleição em 2022 em que a extrema direita lançou mão de todos os
subterfúgios e meios ilegais para tentar impedir o resultado democrático da eleição e o consequente retorno do governo Lula.
Até 2022, a extrema direita brasileira conduziu um governo radicalmente ideológico, neofascista e ultraliberal, sustentado em grande
medida por fake news que tinham como objetivo principal aniquilar qualquer possibilidade de a esquerda brasileira voltar a disputar os rumos do país, disseminando todo tipo de mentiras para alimentar um sentimento de ódio e aversão às forças progressistas, mas, mesmo neste cenário, a maioria do povo brasileiro decidiu que Lula seria presidente do Brasil novamente.

Derrotamos Bolsonaro nas eleições presidenciais, mas o bolsonarismo continua vivo e fortalecido. A realidade é que a extrema direita tem um
número significativo de figuras públicas que podem ocupar o lugar de Bolsonaro, mantendo vivo o projeto autoritário que ele representa. A falta de regulamentação do uso das redes sociais, a hegemonia cultural capitalista e a aliança entre o capital financeiro, os exploradores da fé, e o latifúndio resultaram em uma das piores composições do legislativo nacional em toda a história política do país.

A extrema direita segue em ascensão, com quadros ideologicamente coesos, alinhados à guerra cultural, ao neoliberalismo e a um discurso
fortemente reacionário. Essa força política opera por meio de uma engrenagem internacional de financiamento e comunicação que não será
derrotada nos meios que ela própria controla. Por isso, é fundamental um diagnóstico claro: a extrema direita possui base popular, mobiliza eleitores fiéis, domina as redes sociais e dispõe de vastos recursos financeiros. A única forma de enfrentá-la é com um partido de esquerda com identidade política firme, enraizado nas lutas populares, coerente e combativo.

Agrava essa situação o fato de que, aproveitando-se da fragilidade dos governos Temer e Bolsonaro, o congresso aprovou uma série de medidas que fizeram com que ele hoje seja responsável pela destinação de cerca de 46% das transferências diretas de receitas da União para Estados e Municípios, na esmagadora maioria das vezes a serviço da reeleição desses parlamentares e completamente desvinculadas de um projeto nacional.

A crise mundial da democracia burguesa, que não entrega à maioria da população o bem estar e o desenvolvimento que prega, alimenta o falso discurso neoliberal e neofacista da extrema direita como “força antissistema” quando em verdade as mudanças que pregam resultariam na aniquilação de todos os direitos conquistados pela classe trabalhadora em sua longa história de luta social.

Nosso projeto político enfrenta grandes obstáculos para reencantar a sociedade e ampliar sua base social. A polarização extrema, alimentada por fake news e por um ambiente político contaminado, dificulta o diálogo, enquanto parte do eleitorado permanece cristalizada, indiferente à melhora real das condições de vida e aos ataques à soberania nacional. O desmonte promovido pelos governos anteriores deixou um legado de precarização e informalidade, sustentado por um sistema político dominado por homens brancos e ricos, um judiciário lento e um executivo frequentemente submisso a interesses empresariais. Esse quadro é explorado pela extrema direita, que, de forma cínica, apresenta um discurso anti-Estado.

Enfrentar essa realidade exige combater desigualdades estruturais e reconstruir políticas públicas que promovam desenvolvimento, inclusão social e reindustrialização. Lula e o PT foram a única saída diante do caos, mas a vitória apertada de 2022 revelou a gravidade da polarização. O novo governo assumiu sob forte pressão: base parlamentar fragmentada, extrema direita fortalecida e um Congresso empoderado pelo orçamento secreto.

Apesar das chantagens e da instabilidade, o governo Lula apresenta resultados com queda do desemprego, recuperação econômica e retomada de políticas públicas. Mas a melhora na avaliação popular só veio em 2025 a partir do enfrentamento direto às disputas de classe, como na questão do imposto de renda, e da firme defesa da soberania nacional diante de ataques externos.

Contudo, é preciso reconhecer que não temos conseguido responder às demandas do presente. O desempenho modesto do PT nas eleições
municipais de 2024, somado à queda de PSOL e PCdoB, preocupa. Embora não determinem sozinhas os rumos nacionais, as eleições municipais influenciam a disputa para o Congresso, espaço decisivo para qualquer projeto de transformação social. O resultado de 2024 nos colocou em alerta para 2026.

É necessário eleger Lula presidente em 2026, fortalecer e ampliar a nossa bancada no congresso para fazer a defesa do salário mínimo com
aumentos indexados com a inflação, lutar pela Petrobrás, Banco do Brasil e demais estatais a serviço do povo brasileiro. Ainda assim, do ponto de vista puramente matemático, o PT voltou ao mesmo número de municípios governados em 2016, ampliou o tamanho do
orçamento a ser administrado, aumentou a população que estará sob uma administração municipal petista e também o número de vereadores e vereadoras.

Levando-se em conta a localização das prefeitura vencidas pelo PT, 149 delas concentram-se em estados governados pelo partido, se somadas a essas as prefeituras dos outros seis estados do nordeste, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, o que resta é um grande vazio nos demais estados, chamando a atenção São Paulo, onde apenas 4 cidades serão governadas pelo PT e os estados do Acre, Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima onde não foi ganho nenhuma cidade sequer. Enquanto o Nordeste saltou de 91 para 170 prefeituras e no Sudeste de 33 para 42, na Região Sul diminuiu de 43 para 30, no Centro-Oeste caiu de 4 para 3, no Norte de 13 para 7. Aqui já é perceptível a perda de protagonismo do Partido em muitos estados e regiões do país.

Por outra perspectiva, das nove cidades em que Bolsonaro incidiu diretamente na disputa, perdeu em sete, com destaque para o Rio de
Janeiro. Além de ter perdido em casa, Bolsonaro desafiou abertamente os governadores presidenciáveis Ratinho Jr e Ronaldo Caiado e foi derrotado por ambos. Em que pese a votação no Nordeste ter chamado a atenção com o crescimento do Bolsonarismo, o desempenho de Bolsonaro como puxador de votos nas capitais e grandes cidades teve um efeito menor do que o esperado.

Os partidos da direita tradicional ganharam disparadamente o maior número de municípios, mas não tem um nome natural para a disputa
presidencial. No entanto, ainda que não consigam um nome competitivo para representá-los, uma coisa é certa: o terreno está adubado para eleger uma grande bancada parlamentar de direita e extrema direita em 2026. Diante desse cenário o PT precisa urgentemente mobilizar a sua base social e política em defesa da soberania nacional, das bandeiras fundamentais da Classe Trabalhadora a exemplo do fim da jornada 6×1 sem diminuição de salários, da aprovação da chamada taxação BBB, da isenção do imposto de renda para salários de até cinco mil reais, como uma forma de fortalecer nosso papel de organização política da classe trabalhadora, criando as condições ideais para vencermos os desafios colocados diante de nós nas eleições do próximo ano, fortalecendo e ampliando nossa participação nos parlamentos, nos governos estaduais e reelegendo Lula presidente com um programa à esquerda do apresentado em 2022.

● Coração do Nordeste,Força do Brasil: a Bahia nos Governos Lula

Ao longo de quase 20 anos de coalizão liderada pelo PT, a Bahia alcançou importantes avanços com o apoio dos governos Lula e Dilma. Houve investimentos em saneamento básico, sustentabilidade hídrica, moradia popular, parques eólicos e solares, programas sociais e de saúde, fortalecimento do SUS, criação de universidades e institutos federais, além da renovação da malha rodoviária federal.

Persistem, no entanto, lacunas históricas, agravadas pela interrupção golpista de 2016: obras ferroviárias inacabadas, deficiências portuárias,
desinvestimento em petróleo e gás, malha ferroviária obsoleta, baixos índices de duplicação rodoviária, limitações na transmissão de energia, ausência de investimentos no litoral e frágil cobertura digital no interior. Esses gargalos podem ser enfrentados no âmbito do Novo PAC, NIB, PRDNE, Estratégia Brasil 2050 e PDI Bahia 2050.

Nas políticas sociais, avançou-se na universalização da proteção social e dos programas de renda, com destaque para a Bahia entre os estados com maior número de beneficiários. O acesso ao ensino superior e técnico foi ampliado com políticas de cotas e financiamentos estudantis, e cresceu a atenção à primeira infância com creches e escolas.

No campo econômico, a Bahia consolidou parcerias estratégicas: chinesas na indústria automobilística e em energias renováveis, espanholas e portuguesas em diversos setores, além de investimentos árabes, japoneses, cazaques, americanos e europeus. O financiamento federal tem sido decisivo, com BB, BNB, Caixa e estatais apoiando agricultura, infraestrutura, habitação e mobilidade urbana. Entretanto, a perda do protagonismo da Petrobras e a privatização da Eletrobras/Chesf criaram vazios nos investimentos energéticos.

Na infraestrutura urbana, destacam-se a expansão do metrô, grandes avenidas, viadutos, túneis, BRT, obras em cidades do interior e a
contratação da Ponte Salvador-Itaparica. Persistem, contudo, gargalos graves nos aeroportos regionais e entraves à aviação local.
O governo Wagner foi marcado pela democratização do Estado, territorialização das políticas, pacificação da sociedade, fortalecimento das
instituições e criação de programas como TOPA, Água para Todos, Luz para Todos e Ensino Profissional, além de obras estruturantes como o Metrô, Arena Fonte Nova e Via Expressa.

O governo Rui Costa, de obras e resistência, interiorizou a medicina de imagem com Policlínicas e Hospitais Regionais, ampliou as energias
renováveis, enfrentou a pandemia com o Consórcio Nordeste e fortaleceu a agricultura familiar com a Secretaria de Desenvolvimento Rural,
agroindústrias e cooperativismo. Também consolidou os consórcios intermunicipais, referência em municipalismo solidário. Com Jerônimo e a volta de Lula, abriu-se um novo horizonte de possibilidades: retomada das políticas sociais, combate à fome e à miséria, consolidação das escolas de tempo integral, expansão de Policlínicas e hospitais e entregas contínuas de equipamentos públicos em todas as
regiões do Estado. Projetos estruturantes em andamento incluem o VLT do Subúrbio, a duplicação Ilhéus–Itabuna, o Aeroporto de Barreiras, a travessia urbana de Juazeiro, a nova rodoviária de Salvador, além de novos complexos de saúde e educação.

● Renovar a Esperança: A Bahia e o Governo Jerônimo

O terceiro ano do governo Jerônimo Rodrigues tem sido bem-sucedido no desafio de consolidar a gestão e a liderança política do governador. As eleições de 2024 demonstraram a força eleitoral que o nosso campo político possui na Bahia. Nas eleições municipais de 2024, o Partido dos Trabalhadores (PT) obteve um desempenho significativamente superior ao de 2020 na Bahia. O número de prefeituras conquistadas saltou de 32 para 50, um crescimento de 18 novas gestões municipais. Isso representa uma ampliação importante da presença do PT no cenário político estadual.

Além do aumento no número de prefeituras, o PT também apresentou crescimento no total de votos recebidos para seus candidatos a prefeito, refletindo maior capilaridade partidária e maior identificação do eleitorado com os projetos petistas nos municípios baianos.

A conquista da prefeitura de Camaçari em 2024 foi um dos maiores destaques do desempenho eleitoral do PT na Bahia. Camaçari tem grande relevância política, econômica e simbólica, especialmente por abrigar um dos principais polos industriais do Nordeste. A vitória do PT no município representa não apenas a retomada de um território estratégico historicamente disputado, mas também um importante passo na reconstrução da força petista na Região Metropolitana de Salvador.

Outro dado relevante foi o número de vice-prefeituras conquistadas: foram 65 vices eleitos em 2024, número superior ao de prefeituras, o que amplia a influência do partido mesmo em gestões lideradas por outras siglas da base. Essa configuração demonstra a habilidade do PT em articular alianças municipais estratégicas, fortalecendo sua presença institucional em diversas cidades.

No cenário geral da disputa municipal, o PT ficou em terceiro lugar entre os partidos com mais prefeituras na Bahia, atrás do PSD e do Avante, mas à frente de legendas tradicionais como PP, MDB e União Brasil. O resultado consolida o papel do PT como pilar da coalizão governista estadual, saindo inegavelmente fortalecido para os desafios eleitorais de 2026.

Por outro lado, a oposição conseguiu resultados importantes e se manteve em processo de acúmulo de força em cidades médias e grandes. As derrotas que sofremos em Salvador e Vitória da Conquista sinalizam a vitalidade política da oposição nos grandes centros, exigindo que disputemos com mais efetividade os rumos da política nos municípios médios e grandes, sobretudo na capital.

Apesar disso, o cenário é bastante desafiador para a oposição. Seu candidato natural, ACM Neto, refluiu sua ação política após denúncias de corrupção. Além disso, o método carlista, excessivamente centralizador e distante da realidade da maioria do povo baiano, tem imposto dificuldades de construção política desse campo no interior, onde já é amplamente reconhecida a boa gestão do governador Jerônimo Rodrigues, que mantém, assim como Lula, altos índices de aprovação.

A eleição de 2026 será decisiva no processo de transformação social iniciado com a vitória de Jaques Wagner em 2006. Vinte anos depois, temos o desafio de mostrar ao povo baiano que nosso projeto político segue vivo e inaugura uma nova etapa no desenvolvimento da Bahia. Fizemos uma revolução na oferta de água, no transporte público da capital, na melhoria de condições das estradas, na saúde com dezenas de hospitais, policlínicas e milhares de unidades básicas de saúde, e levamos a educação a outro patamar.

São 229 novas escolas de alto padrão e mais 289 ampliadas e modernizadas (entregues, em construção ou licitadas), com investimento de 11,6 bilhões de reais — um valor inédito. A política social reduziu em 50% o percentual de insegurança alimentar no estado, com ações como cozinhas solidárias, quintais produtivos e construção de cisternas, elevando as condições de vida da população, sobretudo a mais vulnerável.

A segurança pública, em razão de sua complexidade e extensão nacional, persiste como um grave problema a ser superado em todos os estados do Brasil. Na Bahia, essa questão se apresenta de forma ainda mais desafiadora para o combate ao crime organizado em razão das características geográficas do estado que possui divisa seca com oito estados (SE, AL, PE, PI, TO, GO, MG, ES) e 1.183 km de litoral que tornam extremamente difícil rastrear, investigar e destruir as cadeias de fornecimento de armas ilegais, por exemplo.

Áreas urbanas periféricas, ocupadas em sua imensa maioria por uma população negra e da classe trabalhadora, convive e sofre com o enfrentamento entre grupos armados e destes com forças policiais que fazem a Bahia concentrar taxas elevadas de mortes violentas intencionais e de letalidade policial, cuja vítima principal é a juventude negra. O Governo do Estado tem enfrentado essa questão não apenas investindo em inteligência, modernizando e equipando as forças de seguranças mas, sobretudo, pela construção e execução do Programa Bahia pela Paz que tem como objetivo a prevenção social e a redução da violência letal, a prevenção de reincidência delitiva, além da promoção de coletivos comunitários para prevenção da violência. Esse esforço resultou, no primeiro semestre de 2025, em uma queda de 7,3% no número de mortes violentas no estado, sendo que Salvador apresentou uma queda ainda mais significativa: 16,6%.

No entanto, o enfrentamento a esta questão precisa ser realizado de forma articulada com autoridades federais, judiciais e de outros estados para atingir resultados como os apresentados pelas recente operações Quasar e Tank, as maiores da história do país, que atingiram em cheio o coração político e financeiro do crime organizado revelando o verdadeiro endereço dos comandantes dessas organizações: A Faria Lima e os condomínios de luxo e não a periferia.

Para além disso, é fundamental o mapeamento das áreas mais vulneráveis e a partir destes dados ampliar a presença do estado com educação, saúde, infraestrutura urbana, iluminação pública e outros investimentos que, comprovadamente, ajudam a reduzir os índices de criminalidade. É necessário ainda que os crimes violentos sejam solucionados e que a justiça seja ágil para processar e julgar evitando a sensação de impunidade e, mais grave ainda, a prisão precária por longos períodos de pessoas que ao fim do processo são inocentadas. Nesse sentido, devemos reconhecer a importância da iniciativa do governador Jerônimo Rodrigues, apoiada pelo Tribunal de Justiça da Bahia e pelo Ministério Público Estadual, em propor o Projeto de Lei que trata da Política Estadual de Alternativas Penais, como instrumento para reduzir a população carcerária, promover os direitos humanos e tornar a gestão prisional mais eficiente.

É necessário também que o Partido dos Trabalhadores se debruce na formulação de políticas públicas para atender as vítimas da violência que, frequentemente, ficam fora da equação das políticas públicas de segurança em todos os níveis. Familiares e vítimas de crimes violentos sofrem consequências graves em relação à sua saúde mental e à questões econômicas, por exemplo, que demandam atenção urgente do poder público. Para materializar essas intenções, o Partido dos Trabalhadores no Estado da Bahia deve promover um seminário sobre segurança pública com a finalidade de oferecer alternativas e caminhos para que as políticas públicas de segurança sejam instrumentos efetivos de promoção e proteção dos direitos individuais e coletivos garantidos pela constituição e, por consequência, fortalecendo nossa democracia.

Temos um governo que entrega políticas públicas, obras e melhorias. Tivemos um bom resultado eleitoral em 2024. Temos um governador que expressa de forma profunda nossa política. É preciso ampliar as ações de governo, reforçar o PT, intensificar o diálogo com o povo e aumentar nossa capacidade de comunicação, especialmente nas médias e grandes cidades, para seguir governando a Bahia e transformando a vida de milhões de pessoas.

Em 2026, o PT apresentará novamente seu programa político, tendo como alicerce todas as realizações de nossos governos desde 2007. Nosso modo de governar está alinhado aos anseios da população baiana, como mostram as pesquisas que refletem o desejo de ver o nosso projeto continuar dirigindo a Bahia e o Brasil.

A Bahia, quarto maior colégio eleitoral do país, tem papel estratégico na disputa nacional, garantindo vitórias sucessivas aos nossos candidatos presidenciais. Em 2026, não será diferente: vamos nos organizar em todos os territórios para dar ao presidente Lula uma expressiva votação e contribuir com a vitória das forças progressistas no Brasil.

No Estado, o PT discutirá e apresentará uma plataforma política com um programa de reformas estruturais para as eleições, como base para uma aliança eleitoral com partidos interessados, setores políticos e forças sociais do povo trabalhador para fazermos uma campanha progressista. Reeleger Jerônimo é condição fundamental para pensar a Bahia do futuro, alinhada com Lula e a serviço do nosso povo.

Outro desafio estratégico será fortalecer e ampliar nossas bancadas federal e estadual. O PT precisa recuperar e consolidar sua força no Legislativo, garantindo que nossos deputados e deputadas tenham condições de disputar com competitividade, ao mesmo tempo em que lançamos novas candidaturas para renovar e dar continuidade à nossa representação política.

Nesse cenário, a sucessão das lideranças que projetaram nosso campo político nas últimas décadas se coloca como tarefa decisiva. O companheiro Jaques Wagner, símbolo da ascensão do nosso projeto e liderança de referência nacional, seguirá desempenhando papel estratégico na condução desse processo. Da mesma forma, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, cuja trajetória combina experiência parlamentar, duas gestões de governador com alta aprovação popular e protagonismo no governo Lula, é um nome que reafirma a força do PT na Bahia e no Brasil. Essas presenças nas próximas disputas eleitorais serão decisivas para consolidar o legado e projetar o futuro.

Desde 2006, nossa unidade tem sido a chave da vitória e da transformação da Bahia, e seguirá sendo o caminho para garantir que o projeto coletivo avance, sempre em consonância com as forças políticas e sociais que compõem o nosso campo políticos e partidos aliados no Estado da Bahia.

● Relação Partido-Governo: Equilíbrio, Protagonismo e o Futuro da Esquerda Baiana

A relação de um partido de esquerda com o governo que dirige sempre foi um tema presente no debate do PT ao longo da nossa trajetória. Agora, com mais de 18 anos contínuos de presença nas estruturas do Estado baiano, cabe aqui fazer uma atualização para apontar o equilíbrio necessário numa relação em que o PT possa se fortalecer, fortalecendo o governo. Um jogo de ganha-ganha.

Em primeiro lugar, é obrigação do PT defender o seu programa apresentado na disputa eleitoral. Esse é o ponto de partida para o balizamento da nossa posição política. Fazemos campanha defendendo teses e apresentando propostas para futura ação governamental. Vitoriosos na eleição, cabe ao PT, sua direção, bancadas e membros da gestão, assegurar o cumprimento do pacto firmado na sociedade: a implementação do programa de governo.

Depois, é tarefa do PT, enquanto partido estruturante da aliança ampla de agremiações que governam a Bahia, o papel de dar estabilidade política ao governo. De um lado, sob a liderança do governador, incentivar o funcionamento do Conselho Político, fórum legítimo de debates, sínteses e convergência dos partidos da base do governo. Do outro, a defesa da justa partilha dos espaços de poder conquistados coletivamente para assegurar a unidade política do grupo.

Entretanto, a governabilidade não deve ficar restrita à institucionalidade. Os prefeitos foram e são importantes na última vitória e na sustentação do governo. Grande parte da ação governamental flui pelo pacto federativo envolvendo consórcios e prefeituras. Da mesma forma, a maioria no parlamento assegura a aprovação das matérias de interesse do governo, dando as condições legais para a gestão avançar no seu programa. Condições necessárias, mas não suficientes para manter a hegemonia política.

Para reunir as melhores condições para governar e implementar um programa transformador da realidade dependemos da aprovação do nosso projeto pela sociedade. Por isso, o PT não pode abrir mão das suas pautas junto ao movimento social e de disputar a agenda de esquerda nas ruas e nas instituições. É na dialética de ser governo, convivendo com os limites do orçamento público, da ampla aliança e suas contradições de classe, mas sem abdicar do imprescindível apoio popular, que se firma a identidade politica do nosso projeto de esquerda.

Isso não significa que o PT deva diminuir ou renunciar a sua presença nas estruturas institucionais, seja no executivo ou no legislativo. Muito pelo contrário, devemos retomar protagonismo. Fato é que o PT hoje têm diminuída a sua bancada estadual, que chegou a 15 e são 9 deputados; a bancada federal que já teve 10 e agora são 7 deputados; e prefeitos que somam 50, ante há um número que ultrapassou 90. A perda desses espaços partidários, mesmo liderando o projeto hegemônico na Bahia, tem vários fatores.

A grande e continuada institucionalização do PT nos últimos 20 anos nos distanciou da organização de base da sociedade. Da mesma forma, a reestruturação do mundo do trabalho influenciou numa baixa intensidade da luta de classes, especialmente do ativismo sindical. O golpe de 2016 levou à aprovação da reforma da previdência, e da trabalhista, que precarizaram as relações de trabalho, ampliaram a exploração e as desigualdades sociais, sendo decisiva na desorganização, e contribuindo para derrotas econômicas e políticas, das classes trabalhadoras. Esses acontecimentos estruturais das últimas décadas, explicam, em parte, as atuais dificuldades de conexão do PT com os segmentos que inspiraram sua fundação.

A outra situação particular na Bahia que se soma ao exposto acima. A opção prevalecente da linha política do nosso governo nos últimos anos de priorizar a governabilidade no apoio de prefeitos. Esse caminho, apesar de vitorioso no último pleito estadual, não consegue reverter as dificuldades do nosso projeto nas grandes e médias cidades, onde perdemos disputas e reduzimos a performance eleitoral, especialmente na capital. O prefeiturismo como estratégia de hegemonia não é da tradição da esquerda.

O resultado ainda é pior quando o relacionamento institucional se transforma em aproximação política com prefeitos de extrema direita, sem a devida preparação, e assistência, dos movimentos sociais e do PT no município. Isso desorganiza e confunde a base de apoio do governo nos municípios. O PT perde o protagonismo e passa a disputar, em desvantagem, com nossos adversários históricos, quase sempre bolsonaristas, a interlocução das ações do governo. O mais grave é que cria-se uma crise na base fiel, sem a garantia de apoio dos neo-aliados.

Aqui não se trata de ampliação da base governamental quando há uma ruptura com a oposição seguida da adesão de adversários ao governo. Nesses casos, pode causar transtornos políticos, mas traz rendimentos eleitorais ao projeto.

Diante desse quadro, o PT e a esquerda precisam se reposicionar diante de sua base tradicional. Pisar ainda mais o pé nas periferias e refazer conexões perdidas com as mudanças do tempo. Associar-se às bandeiras dos movimentos sociais e lutar ao seu lado para colocá-las no orçamento público. Empoderar a nossa base social é determinante para assegurar a sustentabilidade do nosso projeto e avançar nas eleições de 2026.

O PT está comprometido a revigorar a sua visão de hegemonia, sustentada de forma equilibrada no apoio da sociedade civil e da institucionalidade. Vamos às ruas combater o facismo, defender a democracia, denunciar as guerras, capitalizar as grandes realizações dos nossos governos, lutar contra as desigualdades sociais, taxar os super ricos, acabar com a escala 6×1 e colocar o povo no orçamento. Esse movimento nos levará a reeleição de Lula e Jerônimo, eleição dos senadores e ampliação das bancadas de deputados federais e estaduais.

● O Futuro é Agora: A Juventude Petista na Vanguarda das Lutas Sociais

A juventude do Partido dos Trabalhadores sempre teve um papel determinante nas lutas sociais do Brasil, sendo motor de mobilizações, resistência e inovação política. Nos anos 1980, no processo de fundação do PT, milhares de jovens trabalhadores, estudantes e militantes populares se organizaram para dar vida a um partido que fosse expressão da classe trabalhadora. Estivemos nas jornadas de mobilização estudantil, nas ocupações de escolas, nas lutas contra a reforma da previdência e contra os cortes na educação e, mais recentemente, na resistência ao golpe de 2016, à prisão de Lula e ao avanço da extrema-direita no país.

Na Bahia, estado em que o PT possui fortes raízes na luta popular, a juventude petista se coloca como força estratégica para manter e ampliar o projeto político que governa o estado e que tem sido referência nacional. Para isso, é fundamental compreender que a juventude não pode ser tratada como apêndice ou mero setor auxiliar do partido, mas como protagonista de um processo histórico que exige renovação permanente. Somos o presente, e nossa ação deve refletir essa responsabilidade com ousadia, disciplina, criatividade e radicalidade democrática.

A juventude petista, que todos os dias milita, luta e se organiza em defesa do Partido dos Trabalhadores – o maior partido da América Latina –, reafirma com firmeza e combatividade o seu compromisso em ser a linha de frente da transformação social no Brasil e, em especial, na Bahia. Somos protagonistas do presente e não apenas do futuro, ocupando os espaços de luta, decisão e poder com diversidade, coragem e ousadia.

É hora de erguer novamente uma comunicação jovem, ousada, inclusiva e mobilizadora. Uma comunicação que fale a linguagem da periferia, das escolas, das universidades e dos territórios; que enfrente a extrema-direita sem medo, desmascare suas mentiras e apresente as bandeiras socialistas e petistas como alternativa real para a juventude brasileira. Uma comunicação que não se limite a repetir fórmulas, mas que inove, que utilize as linguagens culturais, artísticas e digitais, que dialogue com as novas gerações sem perder a firmeza ideológica e o compromisso com a classe trabalhadora.

Reforçamos que as lideranças jovens petistas estejam nos espaços de decisão e de poder. Não basta apoiar de fora: é preciso estar dentro, disputando o governo, ocupando cargos, renovando práticas políticas e colocando no centro a diversidade racial, de gênero, de sexualidade e territorial. Não aceitaremos ser coadjuvantes, não acreditamos em uma juventude que será apenas o futuro, mas sim o presente, pois somos protagonistas dessa luta!

Vale ligar o sinal de alerta para o movimento estudantil: é hora de unidade, mas também de firmeza. A UNE, a UBES, a UEB e a ABES não podem ser palco de hegemonia de quem não dialoga com as reais necessidades da juventude. Sendo assim, se faz necessária a união de todas as forças petistas para entender a estrutura dessas instituições, disputando seus rumos para evitar seu enfraquecimento e a interdição do debate plural e democrático.

A juventude petista vai disputar cada grêmio, cada diretório, cada universidade, porque entendemos que sem ocupar o movimento estudantil não há projeto de transformação duradouro. A história demonstra que as grandes transformações sociais e políticas no Brasil sempre tiveram no movimento estudantil um elemento decisivo. Do “Fora Collor” às ocupações secundaristas, passando pelas lutas contra os cortes de verbas e contra a privatização da educação, a juventude organizada nas escolas e universidades sempre foi voz ativa da resistência popular.

Reconhecemos que hoje a organização estudantil da juventude petista precisa ser fortalecida e melhor articulada, pois a desorganização abre espaço para que outras forças avancem sobre entidades e espaços que deveriam estar sob disputa política do nosso partido. É urgente fortalecer nossa capacidade de mobilização no movimento estudantil, incentivando os coletivos petistas e garantindo a presença ativa da nossa juventude em cada instância de representação.

A juventude petista precisa assumir com disciplina e unidade a tarefa de organizar sua base estudantil, construindo núcleos sólidos dentro das escolas e universidades, renovando práticas políticas e garantindo que nossas lideranças formadas no movimento estudantil estejam preparadas para ocupar espaços de decisão. Organizar nossas forças nesse campo significa manter o elo histórico que sempre ligou o PT às lutas da juventude e à luta pela educação pública, gratuita, democrática e de qualidade.

Nenhuma transformação verdadeira se sustenta sem consciência crítica e sem formação política. Por isso, reafirmamos o compromisso de construir espaços permanentes de estudo, debate e reflexão que permitam à juventude compreender a conjuntura, enfrentar as narrativas da extrema-direita e se preparar para os desafios da luta social. A formação política deve ser popular, acessível e conectada à realidade dos jovens da periferia, da escola pública, das universidades e dos territórios. Mais do que um acúmulo teórico, a formação política deve ser também prática e cotidiana: aprender militando, organizando e transformando. Cabe à juventude petista criar metodologias criativas, usar as ferramentas digitais e valorizar a cultura popular como instrumentos pedagógicos que fortaleçam a identidade da classe trabalhadora.

Formar quadros jovens, diversos e preparados é garantir que o Partido dos Trabalhadores siga renovado e à altura das lutas do nosso tempo. E isso só será possível se a juventude assumir a responsabilidade de se formar politicamente e, ao mesmo tempo, de formar novas gerações, criando um ciclo contínuo de renovação e fortalecimento do partido.

A juventude petista baiana precisa se unir em torno de objetivos comuns, superando disputas internas que, muitas vezes, nos enfraquecem diante da sociedade e dos espaços de poder. É hora de colocar nossas energias em ação coesa, fortalecendo nossa presença nos movimentos estudantis, nos conselhos, nas associações, nas comunidades, nos bairros, nas periferias e em todas as frentes onde possamos transformar a realidade. Unidos, seremos mais fortes para disputar ideias, projetos e influência política, garantindo que o PT continue sendo o espaço de referência da luta juvenil por justiça social e igualdade. A juventude petista não pode se deixar aprisionar por fragmentações ou rivalidades que apenas servem aos interesses da direita e da extrema-direita. Nossa unidade deve ser tática e estratégica, ancorada na compreensão de que somente juntos poderemos garantir vitórias políticas que se revertam em conquistas sociais para a juventude e para a classe trabalhadora.

Somos a geração que carrega a responsabilidade de preservar as conquistas do nosso partido e, ao mesmo tempo, abrir novos caminhos para o futuro. A juventude petista baiana não é apenas resistência: somos projeto, movimento e transformação. Nosso compromisso é avançar na construção de uma sociedade mais justa, solidária e democrática, afirmando o socialismo como horizonte e inspirando novas gerações a sonhar e agir por um Brasil melhor.

● Reorganizar para Avançar: Desafios e Caminhos do PT na Bahia

A direção do Partido dos Trabalhadores na Bahia deve trabalhar no próximo período para fortalecer e unificar o partido em um novo ciclo de lutas. Devemos construir um novo pacto dirigente que garanta estabilidade ao PT Estadual, com fidelidade ao estatuto, compartilhamento das definições políticas e a gestão do Partido. O PT é um partido plural, democrático e que respeita os processos internos. Por isso, devemos construir consenso político dentro do partido, com o compromisso de seguir aprofundando a transformação social no estado, abertos ao diálogo e à construção com outras forças sociais, que queiram somar nesse campo da unidade e do fortalecimento da esquerda Bahia.

Acreditamos que, diante dos desafios políticos atuais, a unidade interna é uma condição estratégica para a defesa dos nossos governos, o avanço das pautas populares e a vitória nas próximas disputas eleitorais. Unidade, diversidade, coesão e compromisso com o projeto histórico do PT é o melhor caminho para defender nosso legado, fortalecendo nossa organização e disputando corações, mentes e votos com legitimidade popular.

É importante descentralizar as reuniões do Diretório Estadual, garantindo mais presença nos territórios, instituir uma arquitetura organizativa com macroterritoriais, onde possa construir análises e decisões junto aos Diretórios Municipais para acompanhamento do Diretório Estadual. É urgente construir uma política de finanças que fortaleça o PT no Estado, auxilie os diretórios municipais, democratize os recursos e garanta transparência. Precisamos de um novo formato com gestão compartilhada dos recursos partidários.

Desde sua fundação, o Partido dos Trabalhadores se propôs a ser a voz e o instrumento de organização da classe trabalhadora. A Classe Trabalhadora no Brasil é negra, periférica, muitas vezes informalizada, digital, marcada pela diversidade religiosa e de fé — com destaque para o crescimento expressivo do segmento evangélico nas últimas duas décadas —, culturalmente ativa e profundamente precarizada. Está nos aplicativos, nos mercados, nas igrejas, nos coletivos, nos salões de beleza, nas cozinhas dos restaurantes, nas feiras, na zona rural, nas redes sociais. Está nos territórios em que o Estado ainda chega pouco, mas onde a resistência, a solidariedade e a criatividade popular se fazem presentes diariamente.

Nosso partido precisa se aproximar ainda mais desses sujeitos e territórios. Para isso, a renovação geracional é fundamental, mas não pode ser apenas de nomes e idades. Precisa ser também de práticas, de escuta, de linguagem e de presença real na vida cotidiana das pessoas. A direção partidária deve incorporar essas transformações sociais como ponto de partida para reorganizar a sua atuação, construindo formas inovadoras de trabalho de base, de inserção territorial e de diálogo político.

Para isso o PT precisa estabelecer um diálogo horizontal com os movimentos populares organizados, sem dirigismo e com ampla disposição de incorporar suas bandeiras de luta.

Nosso partido precisa voltar a ser o centro convergente das lutas da classe trabalhadora, que deve se reconhecer em nós não apenas pelas políticas públicas que conquistamos, mas sobretudo pela capacidade de travar as batalhas sociais que apontam para a construção de um mundo socialista, mais justo e fraterno. O PT deve reafirmar sua identidade como partido socialista, com direção comprometida com a ética, a coerência programática e a conexão orgânica entre parlamentares, militância e projeto coletivo, explicitando de forma clara nosso compromisso com a transformação social.

Isso exige que o voto de cada parlamentar reflita o programa petista, que haja presença constante nas lutas sociais, defesa intransigente dos serviços públicos, combate às privatizações e a garantia de que nossos parlamentares não estejam em palanques contrários aos do PT nos municípios.

O sucesso nesse objetivo permitirá que o PT volte a ser uma referência viva para a classe trabalhadora, valorizando o legado de nossos governos como prova concreta de que é possível mudar a vida do povo com políticas públicas eficazes e participação popular. Para concretizar essa tarefa, precisamos fortalecer nossa atuação nas ruas e nas bases, construindo um partido que:

● Expresse a diversidade do povo brasileiro em sua pluralidade de raça, gênero, classe, orientação sexual, fé e identidade cultural;

● Esteja presente nos territórios, com atuação efetiva em bairros, ocupações, assentamentos, vilas, periferias urbanas e comunidades
rurais;

● Reforce sua ligação com os movimentos sociais, sindicais, estudantis, indígenas, quilombolas, de juventude, de mulheres, negros e LGBTQIA+, colocando essas vozes no centro das decisões partidárias;

● Consolide as estruturas de organização de base no interior, nos diretórios municipais e núcleos de base, articulando coordenações territoriais com diretórios municipais e estadual, em calendário regular de encontros territoriais;

● Amplie e fortaleça os setoriais do PT como espaços estratégicos de formulação política e articulação de lutas específicas;

● Assuma o protagonismo na organização de manifestações, atos de resistência e encontros populares, com agendas unificadas e orientação
política clara;

● Conduza e valorize as frentes de massas, como a Frente Brasil Popular (FBP) e a Frente Povo Sem Medo (PSM), instrumentos fundamentais para articular e expandir a mobilização nacional;

● Supere a burocratização interna e fortaleça os diretórios municipais, assegurando que o PT continue sendo o principal instrumento da luta
popular no Brasil e na Bahia.

● O Partido precisa assumir a juventude urbana e rural, a agricultura familiar e a economia solidária como centros estratégicos do projeto
político. Não apenas como base eleitoral, mas como horizonte de desenvolvimento e soberania popular.

● Fortalecer as políticas públicas para as mulheres é central para a superação das desigualdades históricas perpetuadas pelo patriarcado
machista, racista e misógino. O trabalho das mulheres sustenta a vida e o Estado tem o papel decisivo na garantia de direitos sociais,
econômicos e políticos. A luta das mulheres petistas é central na organização partidária e contribui de forma incisiva nos rumos da
democracia brasileira.

A Bahia é um dos maiores símbolos da força do projeto petista no Brasil. Desde os governos de Jaques Wagner, Rui Costa e agora Jerônimo Rodrigues, o nosso partido tem mostrado que é possível governar com o povo, para o povo e pelo povo. Esse legado precisa ser defendido, ampliado e valorizado com mais organização, mais presença política e mais capacidade de ação concreta nos territórios.

O PT da Bahia deve ser protagonista da governança petista no estado, atuando como elo ativo entre a população, os movimentos sociais e as instituições. Precisamos garantir que a Bahia siga sendo um polo de referência do nosso projeto popular e democrático, fortalecendo nossas estruturas partidárias e aprofundando o diálogo entre as diferentes esferas de governo. Para isso, no próximo período precisamos construir um partido que:

● Exercite o protagonismo político, agregando forças políticas e sociais à nossa aliança, num diálogo construtivo permanente, em sintonia com as pautas do projeto nacional.

● Consolide da autonomia partidária, desenvolvendo seu papel de formulação e elaboração estratégica, agregando os partidos e forças políticas na aliança de governo por meio do Conselho Político, e constituindo canais de diálogo permanente com o movimento sindical, cooperativas e associações, consórcios intermunicipais, universidades, entidades dos segmentos produtivos e com o mundo da cultura e do pensamento intelectual.

● Atue de forma coordenada entre prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, fortalecendo a ação petista em todos os níveis e promovendo políticas públicas sintonizadas com as demandas populares.

● Repactue a relação do Partido com o governo que não pode ser de subalternização, inclusive para o tratamento de questões polêmicas e contradições do governo com a sociedade. No entanto, a preservação dos fundamentos do projeto político e a estabilidade política do governo devem ser objetos de atenção permanente.

O Partido deve ter sua agenda política própria, que passa pela concertação com o governo, mas resguarda a autonomia política do Partido, inclusive para o diálogo e a ação com os movimentos sociais e sindicatos nas pautas da luta de classes no cotidiano, que:

● Esteja plenamente inserido na governança estadual, com papel estratégico na formulação, mediação e execução de políticas públicas, especialmente nas áreas de saúde, educação, segurança, infraestrutura e desenvolvimento regional.

● Promova um acompanhamento da política nos municípios para ajudar o PT municipal a construir uma estratégia forte e vitoriosa.

● Atue como ponte entre o governo e os movimentos sociais, garantindo que as demandas da classe trabalhadora, das juventudes, dos povos do campo e da cidade, dos coletivos de fé e cultura, sejam ouvidas e atendidas.

● Defenda e dissemine o legado petista na Bahia, mostrando que foi com o PT que o estado avançou em inclusão social, redução das desigualdades, acesso à educação, infraestrutura e valorização do povo baiano.

● Inspire confiança popular e exerça um papel político, social e simbólico como força transformadora e comprometida com os valores da democracia, da justiça social e da luta popular.

Nosso projeto para 2026 exige um PT forte, coeso e atuante: reeleger Jerônimo e Lula, ampliar nossas bancadas e reforçar o sentimento de que o PT é o partido que verdadeiramente representa os interesses da maioria. Para isso, precisamos de um partido com presença real, com escuta ativa e com capacidade de articulação política e institucional para transformar a vida do povo baiano.

Para o PT, a comunicação não pode ser uma formalidade ou uma simples ferramenta eleitoral. Ela deve ser um processo contínuo de escuta e diálogo com o povo, especialmente com a classe trabalhadora, que está em constante transformação e organização. Ainda que tenhamos construído uma série de políticas para essa população, não é automático a identificação desses sujeitos no projeto do PT, seja pela falta de uma comunicação direta e eficaz, seja pela sensação de distanciamento das estruturas partidárias. Para tanto o partido deve ter uma política de comunicação que:

● Seja acessível e envolvente, utilizando as novas tecnologias e as redes sociais para atingir as diferentes camadas da população.

● Respeite e valorize as culturas locais, as religiosidades e as identidades regionais.

● Promova o diálogo constante com os movimentos sociais e as organizações populares.

● Traga à tona as demandas cotidianas do povo, tornando a política mais próxima e palatável, sem perder sua profundidade.

Além disso, o combate às fake news é um elemento essencial nessa comunicação. A desinformação tem sido uma das maiores armas usadas pela extrema direita para distorcer a realidade e manipular a opinião pública. O PT deve se comprometer não apenas com a verdade, mas com a construção de um ambiente digital mais saudável, transparente e informativo, desmascarando as mentiras e oferecendo a verdadeira versão dos fatos para o povo.

O PT deve falar a linguagem do povo, entender suas necessidades, suas angústias e seus sonhos. É crucial que a nossa comunicação seja inclusiva, representativa e, principalmente, mobilizadora.

Somos um partido com histórico de lutas coletivas e de construção plural. Ainda que o PT tenha uma cultura presidencialista, não devemos seguir pelo caminho do personalismo, que traz um risco evidente: substituir o protagonismo coletivo pela valorização individualizada. É fundamental que nossos espaços de comunicação expressem o caráter coletivo, democrático e militante do partido, garantindo que a centralidade esteja nas ideias, nas lutas sociais e na ação coletiva, e não em pessoas, quaisquer que sejam os motivos. Fortalecer o PT significa também zelar para que a comunicação seja, sempre, um espaço do comum.

A juventude do Partido dos Trabalhadores, por exemplo, sempre teve um papel determinante nas lutas sociais do Brasil, sendo motor de mobilizações, resistência e inovação política. Nos anos 1980, no processo de fundação do PT, milhares de jovens trabalhadores, estudantes e militantes populares se organizaram para dar vida a um partido que fosse expressão da classe trabalhadora. Nas jornadas de mobilização estudantil, nas ocupações de escolas, nas lutas contra a reforma da previdência e contra os cortes na educação e, mais recentemente, na resistência ao golpe de 2016, à prisão de Lula e ao avanço da extrema-direita no país.

Na Bahia, estado em que o PT possui fortes raízes na luta popular, a juventude petista se coloca como força estratégica para manter e ampliar o projeto político que governa o estado e que tem sido referência nacional. Para isso, é fundamental compreender que a juventude não pode ser tratada como apêndice ou mero setor auxiliar do partido, mas como protagonista de um processo histórico que exige renovação permanente. Somos o presente, e nossa ação deve refletir essa responsabilidade com ousadia, disciplina, criatividade e radicalidade democrática.

Para que o projeto petista avance, é fundamental que o PT tenha uma presença estratégica em todos os espaços de poder e decisão política, tanto no âmbito local quanto nacional. Devemos fortalecer nossa capacidade de articular alianças, influenciar as decisões políticas e garantir que nossas bandeiras estejam sempre em destaque nas pautas dos governos e do Congresso, o que implica em:

● Aumentar nossa capacidade de influenciar as decisões políticas e legislativas, estabelecendo alianças com as bancadas federal e estadual.

● Ser protagonistas nas discussões sobre políticas públicas, defendendo e ampliando os direitos da classe trabalhadora, com foco em saúde, educação, segurança pública, moradia, emprego e justiça social.

● Ter uma direção partidária capaz de coordenar e orientar as nossas lideranças em todas as esferas, garantindo que o PT tenha uma postura unificada e consistente nas negociações e articulações políticas.

Os poderes locais são o campo mais imediato e visível de ação para o PT. Prefeitos, vereadores e lideranças locais têm a capacidade de implementar políticas públicas que afetam diretamente a vida do povo. Por isso, é essencial que o PT tenha um papel de destaque e influência nas administrações municipais e regionais, garantindo que o nosso projeto de transformação chegue de forma eficaz às comunidades. Para alcançar esse objetivo, no próximo período o partido deve:

● Ampliar a atuação do PT Bahia com os diretórios municipais visando fortalecer e empoderar dirigentes municipais para a disputa do poder nos seus territórios.

● Ter uma linha política clara do que o PT nos municípios deve ter como base de sua agenda política, a exemplo de como fizemos o PT Solidário de forma unificada.

● Trabalhar para que os governos locais, comandados por petistas, sejam agentes ativos de transformação, promovendo políticas públicas alinhadas ao nosso programa de justiça social e direitos para a classe trabalhadora.

● Assegurar que os diretórios municipais do PT sejam bem organizados e preparados para atuar com eficácia, coordenando ações que envolvam a base popular e os movimentos sociais na execução de políticas públicas.

A formação política é uma das principais ferramentas para garantir que o PT siga sendo uma força transformadora no Brasil. Não podemos nos acomodar em práticas passivas ou tradicionais; é fundamental que o partido se dedique à formação política constante de suas bases, militantes e dirigentes, garantindo que todos compreendam profundamente as transformações políticas, sociais e econômicas que o país vive. Para isso devemos priorizar nos próximos quatro anos:

● Promover uma formação política contínua, acessível e diversificada, capaz de atingir todos os militantes, desde os novos integrantes até as lideranças mais experientes.

● Estimular o pensamento crítico e a reflexão sobre o atual momento político, educando nossa militância para que possa enfrentar os desafios impostos pela extrema direita e pelas novas formas de conservadorismo.

● Investir em programas de capacitação da nossa militância, para que possam atuar de forma mais eficaz nos municípios e estados, e em novas metodologias de formação política, que usem as novas ferramentas digitais e as redes sociais para alcançar um público mais amplo.

● Assumir a construção da Escola Zezéu Ribeiro como espaço de formação, memória e análise da conjuntura.

● Recuperar o papel da direção estadual no processo de formação política, garantindo que tenhamos atividades presenciais de formação nos territórios, de modo a contribuir para ampliar e transformar a força eleitoral do PT em força social e militante, em militância organizada que contribua para o fortalecimento do Partido.

● Manter o PT como um partido que debate e constrói suas políticas internamente, com base na participação coletiva, mas também com um foco constante em ações concretas que dialoguem com as necessidades reais do povo.

Essa é a chave para que o PT continue sendo um partido com um pensamento crítico sólido, uma militância consciente e um compromisso real com as transformações sociais. Isso implica em entender as mudanças do mundo contemporâneo e adaptar nossas ações sem perder os ideais históricos do partido.

O Partido dos Trabalhadores tem uma longa história de luta e conquistas que foram conquistadas a partir de um programa democrático e popular, focado no combate às desigualdades e na construção de uma sociedade justa e solidária. Para garantir que nossas vitórias institucionais se traduzam em transformações reais para a população, é fundamental que o PT acompanhe de perto as gestões petistas em todos os níveis, garantindo o alinhamento contínuo com o nosso programa histórico. Isso significa:

● Monitorar as ações e políticas públicas implementadas pelos governos petistas.

● Estabelecer um sistema de acompanhamento e avaliação das gestões, para corrigir rumos e garantir que o programa do PT seja efetivamente colocado em prática nas administrações municipais, estaduais e federal.

● Garantir que as lideranças petistas em cargos de poder não se afastem das bandeiras históricas do partido, como a luta pela justiça social, pelos direitos da classe trabalhadora e pela democratização dos serviços públicos.

● Manter uma relação próxima e constante com a base do partido, ouvindo e incorporando as demandas populares para que o PT continue sendo uma força alinhada ao povo.

● Preparar um grande seminário programático na Bahia, que atualize o projeto petista frente aos desafios contemporâneos.

● Retomar o funcionamento do NEPP como núcleo permanente de formulação e acompanhamento de políticas públicas.

As Federações partidárias representam um avanço e a grande novidade das últimas eleições no Brasil. O modelo, incorporado à legislação brasileira em 2021 — através do exemplo de sucesso em outros países como Alemanha, Chile, Portugal e Uruguai — carece ainda de amadurecimento e ajuste à complexa realidade política brasileira, de pulverização partidária e ideológica com a existência de muitos partidos frágeis sem linha programática/ideológica nitidamente definidas, com baixa presença política institucional e ainda menor presença real na sociedade.

A proximidade do encerramento do 1º ciclo de 4 anos da Federação Brasil da Esperança impõe ao Partido dos Trabalhadores a necessidade de realização de um balanço político deste período tanto internamente, quanto com os partidos federados, compreendendo limites de atuação e dificuldades encontradas. Nesse processo, é fundamental debater dentre outras questões, critérios para entrada ou não de prefeitos, vereadores e — em especial — deputados estaduais e federais de mandato nos partidos que compõem a Federação à disputa das eleições 2026, ainda sobre número de candidaturas e a garantia de cotas de gênero nas chapas.

Ainda, se faz necessário a criação de diretórios estaduais, territoriais e municipais, que reflitam a proporcionalidade das forças que compõem a federação, de forma que possa ser expressada de forma mais fiel a representatividade local dos partidos.

Entretanto, ante uma conjuntura nacional e internacional tão adversa, com o maior ataque à soberania brasileira dos últimos 200 anos, com recrudescimento da disputa política no Brasil e a mobilização da direita pela aprovação da ilegal anistia, e dos desafios que significarão a montagem dos palanques estaduais e de uma ampla aliança que pavimente a reeleição do Presidente Lula, entendemos que é tarefa da nossa direção nacional encaminhar da melhor maneira as definições sobre renovação ou não, ampliação ou não, da Federação Brasil da Esperança.

A Direção Estadual do PT da Bahia deve assumir ainda o compromisso com a luta por uma Transição Socioecológica justa, popular e anticolonial, à altura da emergência climática que já impacta severamente nosso estado. É preciso superar o modelo predatório que devasta nossos biomas, polui nossas águas e viola os territórios dos povos tradicionais, sobretudo indígenas, quilombolas e camponeses. A chamada Transição Energética não pode repetir as lógicas de exclusão: empreendimentos eólicos e solares devem respeitar os modos de vida e a autonomia das comunidades afetadas. A Bahia precisa de uma agricultura regenerativa, que produza comida saudável, valorize a agroecologia e fortaleça a soberania alimentar e hídrica.

Justiça ambiental e climática são inseparáveis da luta contra a fome, o racismo ambiental e as desigualdades. A política ambiental deve ser transversal a todas as áreas de nossa atuação e central no projeto político do Partido. Não haverá justiça social sem justiça ambiental, e não há futuro para o povo fora de um modelo que coloque a vida, a natureza e os territórios no centro. Reconstruir o PT é também assumir a responsabilidade com a justiça ambiental.

O PT é o principal partido que representa a Classe Trabalhadora no Brasil e que nossa força eleitoral é resultante da nossa força social. Assim,
consideramos que nossa principal tarefa, tanto social quanto eleitoral, é organizar nossa Classe onde ela está, onde mora, onde trabalha e onde estuda. Assim, compreendemos que a tarefa central do PT Bahia no próximo período deve ser organizar núcleos de base a partir dos territórios, categorias e pautas. Nosso objetivo é organizar nossos militantes para atuar nos territórios nos quais já vivem, com tarefas unificadas, como uma grande força política da Bahia.

A luta nos cobra uma postura combativa, programática, desprendida de vaidades e comprometida com a vida do povo. Não podemos perder de vista que fora do nosso campo político, o que resta à Bahia é o neocoronelismo com sua caminhada umbilical com a extrema direita. Não podemos perder de vista que a luta é muito maior, é contra a barbárie representada pela extrema direita no Brasil e no mundo. Vamos derrotar os fascistas e seguir construindo dias melhores para o povo! Vamos fortalecer o PT, nosso principal instrumento nessa luta.

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