Nota da Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores da Bahia
A Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores da Bahia manifesta profunda preocupação e indignação diante dos recentes episódios de violência no Rio de Janeiro, que resultaram em um número alarmante de mortes e deixaram comunidades inteiras expostas ao pânico e à vulnerabilidade.
A operação, conduzida sob a responsabilidade do governador Cláudio Castro (PL), escancarou mais uma vez a falência de uma política de segurança pública que, em vez de proteger a vida, converte as periferias em espaços marcados pela lógica da guerra e do extermínio. Entre as vítimas, estavam  pessoas inocentes e também policiais, todos vítimas de uma ação sem
planejamento adequado. Enquanto mães se desesperavam sem notícias de seus filhos, escolas precisaram suspender as aulas e idosos e trabalhadores ficaram impedidos de circular, a favela foi transformada em um campo de batalha — cenário que jamais pode ser aceito em um Estado Democrático de Direito.
Mesmo após tanta violência, o objetivo da operação não foi alcançado: o crime organizado segue com sua estrutura intacta, sem resultados efetivos em prisões ou apreensões. Ações como esta colocam em risco desnecessário a vida dos agentes de segurança, que são enviados para operações mal planejadas, sem inteligência, coordenação ou estratégia de preservação da vida.
É importante ressaltar que os maiores prejudicados por operações violentas como as do Rio de Janeiro são a juventude negra das periferias, constantemente tratada como inimiga pelo próprio Estado. Isso é resultado direto do racismo estrutural que marca a formação do nosso país, e que se expressa de forma brutal quando a cor da pele e o território determinam quem vive e quem morre. São jovens, muitas vezes trabalhadores e estudantes, que perdem a vida sem sequer ter qualquer envolvimento com o sistema do crime organizado. Enquanto isso, a elite que financia e se beneficia do crime, instalada nos bairros nobres, permanece intocada e
impune.
É ainda mais grave que o próprio governador Cláudio Castro, responsável direto por essas ações que ceifam vidas inocentes e aprofundam o medo nas comunidades, tenha se posicionado contra a PEC da Segurança Pública, proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A iniciativa do governo federal busca justamente o oposto: promover uma política de segurança pública moderna, inteligente e humanizada, voltada à integração entre os entes federativos, à valorização das forças policiais e à preservação da vida.
O governo Lula também apresentou a Lei Antifacção, que representa um avanço no combate estrutural ao crime organizado. A proposta estabelece mecanismos de coordenação nacional, transparência e controle sobre as ações policiais, além de priorizar o uso da inteligência para desarticular as redes criminosas e financeiras que sustentam as facções.
Essas medidas se inserem em uma visão mais ampla de segurança pública, que reconhece que a paz social depende do fortalecimento de políticas de educação, cultura, saúde, esporte, assistência social e inclusão produtiva. Investir nesses campos é investir em prevenção, cidadania e oportunidades — fundamentos de uma sociedade segura e justa.
Na Bahia, temos grandes desafios, no entanto o governo Jerônimo Rodrigues vem demonstrando que podemos avançar. O Plano Estadual de Redução da Letalidade Policial, lançado recentemente, é exemplo concreto de compromisso com a vida. A iniciativa prevê o uso de câmeras corporais nas fardas, a capacitação permanente das forças policiais, o fortalecimento da inteligência e a ampliação das ações de prevenção à violência nos territórios mais vulneráveis, em diálogo com as comunidades.
Nesse mesmo sentido, a Operação Primus, deflagrada recentemente na Bahia, é exemplo de ação eficiente e planejada no enfrentamento ao crime organizado, com base em inteligência e articulação entre diferentes órgãos, sem colocar em risco a população civil.
Por isso, o Partido dos Trabalhadores defende a importância de operações como as conduzidas pela Polícia Federal, que chegaram à Faria Lima, revelando que o combate ao crime organizado precisa alcançar também o andar de cima — os que lucram com o tráfico de armas, o desvio de recursos públicos, a lavagem de dinheiro e as estruturas financeiras que sustentam a criminalidade no país.
O nosso partido segue com a defesa de uma segurança pública cidadã, democrática e eficiente, baseada no respeito à vida, na valorização das forças de segurança e na promoção de políticas que garantam dignidade, esperança e justiça social para todas e todos.
Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores da Bahia
Salvador, 01 de novembro de 2025.






